Quarta-feira, 27 Janeiro 2021
Qual a importância deste Congresso para a América Latina ?
Acho muito importante a organização de eventos que tem o objetivo de prevenir a cegueira, já que mais de 80% da população latino-americana não tem acesso à oftalmologia. Neste contexto, o Brasil está melhor, principalmente, porque tem o apoio do governo, por meio do SUS e isso valoriza a classe dos oftalmologistas.
Como o senhor vê essas parcerias ?
O mais importante para nós é fazer com estes mecanismos consigam conciliar os interesses de todos para que todos ganhem: os médicos, os pacientes e o governo, que economiza com a prevenção. Também temos que lutar para que a tecnologia adequada chegue a todos os cantos, não apenas para os mais afortunados.
Esse congresso está conseguindo isso ?
Acho que é mais um ponto de partida. Além de apresentar as mais recentes conquistas da tecnologia promove um intercâmbio visando direcionar as estratégias para alcançar o maior número de pessoas com as suas ações.
Esses programas podem ser implantados em seu país ?
O Paraguai tem 130 oftalmologistas e uma população de cinco milhões de habitantes. Nós temos um programa de saúde que não contempla a saúde ocular. Como temos muitos problemas de saúde, o governo parte do pressuposto que é mais importante salvar vidas do que salvar vistas. Somente cerca de 30% da população procura por atendimento oftalmológico e o nosso desafio é aumentar esse índice.
A experiência do Brasil pode servir de exemplo para outros países, como o Paraguai ?
A oftalmologia brasileira já é exemplo para a América Latina. Um país que em quatro ou cinco anos quadruplicou o número de cirurgias de catarata tem que servir de exemplo. Vejo também que o Brasil se preocupa agora com a qualidade das cirurgias. Esta é uma situação que merece um esforço ainda maior, pois se os níveis qualitativos da cirurgia caírem provavelmente o número de cirurgias poderão sofrer um queda também.
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