25/06/2015
Férias escolares: cuidado com os olhos!
Especialista indica cinco medidas práticas para evitar a propagação de conjuntivite
Muitas
crianças entram em férias escolares já no fim de junho e passam todo o
mês de julho sem se preocupar com notas, matérias e professores.
Independentemente de viajar ou ficar em casa, valem algumas dicas para
que o descuido não coloque em risco a saúde ocular e a diversão. Na
opinião de Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do
Eye Care Hospital de Olhos (SP),
as férias de julho podem representar um perigo bem maior às crianças do
que as férias do início do ano, quando geralmente estão acompanhadas
dos pais ou parentes próximos também em férias do trabalho.
“Quem
viaja, seja para acampamentos ou hotéis, corre risco de machucar os
olhos em áreas de playground e piscina. Tanques de areia não tratada
representam sempre um risco a mais para crianças, já que muitas costumam
levar a mão aos olhos enquanto brincam. Por isso, pais ou responsáveis
devem adverti-las a não repetir esse gesto, já que podem ser
contaminadas pelas fezes ou urina de animais. Com relação às piscinas de
hotéis e clubes, o risco é maior quando há muitos frequentadores, água
não-tratada ou excesso de cloro”, diz Neves.
Outra
dica do médico é checar se a praia frequentada é considerada segura ou
imprópria para banho de mar, já que, nesse caso, não oferece a mínima
segurança à saúde em geral, muito menos para os olhos. Deixar de usar
óculos de sol é outro erro muito comum mencionado pelo especialista. “As
pessoas pensam que sol de inverno não queima, mas estão bastante
enganadas. Mesmo em dias nublados pode haver forte intensidade de raios
ultravioleta (UVA e UVB), o que é muito prejudicial para os olhos. Vale
lembrar que os danos provocados pelo sol são cumulativos e esse descuido
pode levar a doenças degenerativas da retina, como catarata e
queimaduras na córnea, por exemplo. Por isso, quem vai à praia deve
sempre levar um kit composto de garrafa de água, toalha limpa, protetor
solar e óculos de sol de boa procedência”.
Neves
chama atenção que mesmo as crianças que ficam em casa durante as férias
não estão totalmente seguras. “A maioria dos acidentes envolvendo
crianças acontece dentro do lar, geralmente por descuido dos adultos. Os
olhos costumam ser muito afetados nos acidentes com aerossol, quando a
criança está tentando utilizar ou brincar com desodorantes, perfumes,
produtos de limpeza, tintas, repelentes ou até mesmo com o protetor
solar. Quando a criança aponta o spray em sua própria direção, as
irritações são as consequências mais frequentes, seguidas de queimaduras
químicas, arranhões e ferimentos no globo ocular provocados por
coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos olhos. Por isso,
dependendo da gravidade, é importante enxaguar bem os olhos da criança e
se dirigir a uma clínica especializada, tomando o cuidado de levar a
embalagem do produto para que o médico saiba exatamente que medida
tomar”.
De
todas as doenças de inverno que se propagam facilmente durante o mês de
julho, a conjuntivite costuma se agravar quando crianças e adultos em
férias se aglomeram em ambientes fechados – como cinemas, teatros e
lanchonetes –, bem como quando compartilham piscinas, toalhas e roupas.
São cinco os tipos mais comuns de conjuntivite: viral, bacteriana,
alérgica, tóxica e química. “A viral pode provocar pontos de hemorragia,
lacrimejamento constante e sensação de um corpo estranho na vista.
Casos graves de conjuntivite adenoviral, por exemplo, podem evoluir para
a formação de cicatrizes na córnea, reduzindo a visão do paciente. A
conjuntivite causada por bactéria provoca uma secreção amarelada e é
comum o paciente acordar com os olhos ‘colados’. Nesse caso, é
necessário o tratamento com um colírio de antibiótico por uma semana”,
diz o médico.
Neves indica cinco medidas práticas para evitar a propagação de conjuntivite:
- O
paciente com conjuntivite deve se afastar do convívio social por uma
semana, pelo menos. Isso inclui cancelar passeios, deixar de brincar com
os colegas do prédio, ou ainda evitar receber parentes e amigos em
casa;
- Pessoas
saudáveis devem evitar ao máximo frequentar ambientes fechados nesta
época do ano, onde os vírus da conjuntivite e da gripe são transmitidos
mais facilmente;
- Motivo de várias campanhas, é muito importante lavar mãos e rosto várias vezes ao dia;
- Evitar
a automedicação, já que alguns colírios à base de cortisona podem
agravar ainda mais o quadro caso não sejam prescritos por um médico;
- Visitar um oftalmologista assim que começar a sentir que a vista está embaçando, lacrimejando ou ficando avermelhada.
Fonte:
Prof. Dr. Renato Neves, cirurgião-oftalmologista e diretor-presidente do
Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
www.eyecare.com.br
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